Ciência e Saúde
Crianças e adolescentes de Marituba ganham Centro Cultural
No espaço será trabalhada a arte-educação, com oficinas temáticas sobre meio ambiente, sustentabilidade e cidadania
| seg, 11/06/2018 - 17:09
Você sabia que cada habitante da Região Metropolitana de Belém gera, diariamente, cerca de 800 gramas de lixo? Ao final do dia, essa quantidade totaliza 1.500 toneladas. E como cada cidadão pode contribuir para reduzir os resíduos sólidos? Consciência ambiental e reciclagem são caminhos que podem levar a bons resultados. É partindo desse princípio que nasce o Centro Cultural Santa Clara, situado em Marituba. Inaugurado na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, o espaço tem o papel de levar conhecimento, interação e aproximar a comunidade. A iniciativa é apoiada pela Unidade de Valorização Sustentável (UVS) Guamá, Instituto Solví, Associação Irmãs Auxiliadoras Déias do Brasil e escolas da comunidade.
No centro cultural funcionará o projeto Uirapuru Mirim, que trabalhará a arte-educação por meio de oficinas temáticas sobre meio ambiente, sustentabilidade, cidadania, sexualidade, família, casamento, relacionamento humano, diversidade e drogas. Inicialmente, serão atendidas 40 crianças e adolescentes, entre 7 e 16 anos.
Aprovado este ano pelo Ministério da Cultura, o Uirapuru Mirim já funciona em quatro localidades em São Paulo – Caieiras, Jaguaré, Elisa Maria e Santo Elias – e chega ao Pará totalmente adaptado à cultural local. “Vamos trabalhar não só o cronograma do projeto, mas inserir todas as questões ambientais. O cenário e figurino das apresentações, por exemplo, serão feitos a partir de materiais recicláveis. O projeto vai fortalecer a cultura e história local”, acredita Andrea Sargentelli, presidente da Associação Irmãs Auxiliadoras Déias do Brasil.
Marco Antônio Cabral, presidente da Associação de Moradores da Comunidade Santa Clara, observa que o espaço será fundamental para tirar as crianças do ócio e oferecer a elas uma perspectiva de futuro, além de ser um ponto de coleta de recicláveis em parceria com a Associação dos Catadores de Marituba (Acarema). “Queremos muito que essa parceria dê certo. Temos que fazer a nossa parte. Como cobrar do poder público uma coisa que nós mesmos estamos contribuindo para sujar? Temos que saber onde vamos colocar a garrafa pet do refrigerante que tomamos e a embalagem do biscoito que comemos, por exemplo. Temos que entender que a responsabilidade para que a rua se mantenha limpa também é nossa”, comenta.
As oficinas do Uirapuru Mirim serão ministradas todas as terças-feiras, de 8 às 11 horas, pelos arte-educadores Nivaldo Ferreira e Antônio do Rosário, que trazem na bagagem ampla experiência para compartilhar com as crianças. Morador de Marituba há 13 anos, o professor Nivaldo Ferreira já integrou projetos sociais de instituições de São Paulo e Rio Janeiro, voltados para o atendimento de crianças em situação de risco e que convivem com HIV/AIDS. “A ideia é fazer com que as crianças desenvolvam uma consciência da realidade local em torno do reaproveitamento dos resíduos. Vamos fazer um trabalho cultural e didático para que percebam essas necessidades e possibilidades das coisas. Eu acredito muito nesse tipo de trabalho”, afirma.
Com 16 anos de profissão, o professor e artista circense Antônio do Rosário vai trabalhar com o teatro e a dança, ensinando movimentos corporais, postura, presença de palco e formas de expressão. Rosário é formado pela Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro e integra o grupo Palhaços Trovadores. “Esse trabalho será bastante desafiador. Durante as oficinas, vou falar das oportunidades que tive e como elas foram importantes para meu crescimento pessoal e profissional. E partir daí fazer uma conexão de como cuidar do meio ambiente e de si mesmo. A expectativa é de que o projeto dê frutos e ofereça novos horizontes para essa meninada”, diz.
Ana Rita Lopes, coordenadora do Instituto Solví, braço social do Grupo Solví, explica que o trabalho do Centro Cultural Santa Clara, incluindo as atividades do projeto Uirapuru Mirim, será construído em conjunto com a comunidade. “Será um trabalho de formiguinha, mas seremos incansáveis até abranger o maior número de pessoas para uma conscientização ambiental. Também vamos nos aproximar cada vez mais da comunidade, trazendo informações sobre as operações da UVS Guamá, administradora do aterro sanitário em Marituba”, explica.
Da assessoria da UVS Guamá.